sexta-feira, 14 de maio de 2010

Elio de Angelis-The Black Prince...




Para se chegar ao topo da carreira na F1, muitas vezes os pilotos tinham que se sacrificar para conseguir esse intuito, se tornarem atletas, se desfazerem de vários prazeres da vida e se tornar uma pessoa que se mataria para conseguir uma ultrapassagem e vencer uma corrida de F3. Elio de Angelis não precisou usar desses artifícios para se tornar um dos pilotos mais populares dos anos 80, numa época em que a atmosfera do paddock da F1 cada vez menos via pilotos como esse italiano que era fumante, que não precisava pilotar para ser rico e tinha uma tocada leve como uma seda, mas isso não impediu que esse romano nos deixasse muito mais cedo do que imaginávamos.







Elio de Angelis nasceu no dia 26 de março de 1958 em Roma e era o mais velho de quatro irmãos. Sua família era extremamente rica, pois seu pai, Giulio, era dono de uma companhia que fazia barcos e por causa disso, o pequeno Elio tomou contato com a competição de alto nível bem cedo, pois Giulio era um dos mais pródigos pilotos de motonáutica da Itália. Elio de Angelis teve tudo do bom e do melhor em sua infância, tendo várias aulas de piano, se tornando um grande pianista. Elio também era um bom tenista, mas o vírus da velocidade o picou e De Angelis começou sua carreira no kart em 1972, quando contava com 14 anos e enfrentou pilotos como Eddie Cheever e Riccardo Patrese, que se tornou um bom amigo. Após conquistar seu primeiro título italiano de Kart em 1974, Elio de Angelis foi vice-campeão Mundial de Kart em 1975, perdendo o título para François Goldsteim, sem contar o bicampeonato italiano no mesmo ano. Em 1976, Elio conquistava o Campeonato Europeu de Kart e de repente a categoria tinha ficado pequena demais para o jovem italiano.


Elio dá o enorme pulo para a F3 Italiana em 1977 e não se arrepende. À bordo de um Chevron, De Angelis derrotou o seu compatriota Piercarlo Ghinzani e se tornou Campeão Italiano de F3 logo em seu primeiro ano no automobilismo com quatro vitórias. Elio também disputava o Campeonato Europeu da categoria e ele consegue um bom sétimo lugar, com destaque para o segundo lugar no prestigiado Grande Prêmio de Mônaco de F3, logo atrás de Didier Pironi. No final de 1977, De Angelis é convidado por Giancarlo Minardi para fazer algumas provas no Campeonato Europeu de F2 e o futuro chefe de equipe na F1 contrata o jovem italiano para o ano seguinte. De Angelis teria a disposição um motor Ferrari, mas a fábrica estava mais preocupada em desenvolver o carro de F1 e não entrega um bom motor para a equipe de Minardi, a Everest. Para piorar, o chassi escolhido pela equipe, o Chevron, não era páreo ao chassi March que em conjunto com os motores BMW, se mostraram uma combinação vencedora e Elio de Angelis não pôde mostrar seu talento na F2. Porém, no meio do ano Elio decide participar novamente do Grande Prêmio de Mônaco de F3 e debaixo de muita chuva (e polêmica), De Angelis vence a prova e coloca seu nome entre os futuros pilotos de F1.



A equipe Shadow estava tendo sérios problemas financeiros no final de 1978 e estava precisando desesperadamente de dinheiro. Elio de Angelis vinha tendo total suporte do seu pai, que estava dando todo o apoio possível para o filho e em setembro a Shadow ofereceu um teste para De Angelis. A equipe não esperava que um piloto-pagante colocasse 1s sobre Clay Regazzoni e De Angelis foi contratado para pilotar pela pequena equipe em 1979, apesar de também ter uma boa proposta da Tyrrell, na época com mais estrutura do que a Shadow. Com apenas 20 anos, Elio de Angelis se tornaria um dos pilotos mais jovens a pilotar um F1 e teria ao seu lado outro piloto jovem e muito promissor: o holandês Jan Lammers. Como esperado, o pouco financiado Shadow DN9 não era um carro capaz de aparecer no pelotão da frente, mas Elio faz uma estréia muito boa ao chegar em sétimo no Grande Prêmio da Argentina. Três corridas depois o italiano repetiria o resultado em Long Beach e Elio começava a despontar como um piloto do futuro, enquanto batia constantemente seu companheiro de equipe, Lammers.





Mesmo começando a se destacar, Elio de Angelis ainda era olhado com desconfiança pela F1 e o chamavam de piloto-pagante e filhinho de papai. Elio precisava provar que merecia estar na F1 por méritos próprios e na última etapa da temporada 1979, De Angelis finalmente consegue mostrar aos críticos que estava no local certo e consegue um improvável quatro lugar no Grande Prêmio dos Estados Unidos-Leste, no seletivo circuito de Watkins Glen e debaixo de muita chuva. Elio não apenas convencia a F1 que era um piloto a ser observado, como também era um excelente piloto debaixo de chuva. Colin Chapman tinha tido um ano extremamente frustrante em 1979 com seu Lotus 80 e nem de longe repetiu a dominação de 1978. Com a saída de Carlos Reutemann, o chefe de equipe aposta em Elio de Angelis.


Elio teria o Campeão Mundial Mario Andretti ao seu lado e logo na primeira corrida junto com o veterano americano, De Angelis larga na frente do campeão e na etapa seguinte, no Grande Prêmio do Brasil no antigo circuito de Interlagos, De Angelis surpreende ao conseguir um excelente segundo lugar, se tornando então o mais jovem piloto a subir no pódio na F1, só superado por Ralf Schumacher no Grande Prêmio da Argentina de 1997 e Fernando Alonso no Grande Prêmio da Malásia de 2003. Colin Chapman tinha perdido o patrocínio da Martini e agora teria o apoio da petroleira Essex para construir o Lotus 81. Porém, o modelo 81 não era tão rápido quanto Chapman esperava e a Lotus entra em parafuso, com De Angelis sofrendo quatro acidentes seguidos após o Grande Prêmio do Brasil e só marcaria pontos no Grande Prêmio da Áustria, já na metade final da temporada. Foi na corrida austríaca que De Angelis conheceria seu companheiro de equipe mais longevo: Nigel Mansell. O final de 1980 se prova um pouco melhor e De Angelis marca mais alguns pontos, terminando o campeonato na décima terceira posição.





Contudo, com a saída de Mario Andretti da equipe no final de 1980, Elio de Angelis assumiria a condição de piloto número 1 da Lotus a partir de 1981. Porém, a vida de Elio se complica quando Colin Chapman resolve revolucionar a F1 novamente com o Lotus 88. As demais equipes temiam por mais um carro ultra-vencedor de Chapman e fizeram de tudo, principalmente a Ferrari e a Renault, para que o carro não corresse em nenhum Grande Prêmio. Colin Chapman ficou uma fera, enquanto De Angelis e Mansell perderam a maior parte do campeonato. Na verdade, Elio não tinha gostado do carro, o achando muito inseguro e difícil de guiar. Tendo que recorrer a um carro mais convencional, o Lotus 87, Elio de Angelis mostra sua grande marca na F1: a sua pilotagem limpa e suave. Mesmo com um carro feito as pressas, De Angelis marca vários pontos em 1981 e termina o campeonato em oitavo, com 14 pontos. Elio, piloto clássico e cavalheiro, era o extremo de Mansell, bruto ao volante e estupidamente rápido. No final de 1981, a John Player Special voltava à Lotus e De Angelis praticamente se tornava símbolo da Lotus preta e dourada, ganhando até o apelido de Príncipe Negro.





Para 1982, a Lotus não teria a disposição os motores turbo, garantia de vitórias para as equipes de ponta da época e De Angelis só podia usar seu talento e sua constância para amealhar pontos ao longo do ano. No Grande Prêmio da Áustria, De Angelis larga entre os dez primeiros, o que era um verdadeiro feito, pois Zeltweg era uma pista extremamente veloz e era realizado em altas altitudes. Um prato feito para os carros turbo. Porém, um problema dos carros turbinados era sua confiabilidade bastante duvidosa e De Angelis fazia uma corrida de espera, ficando logo atrás dos carros turbo. Que foram caindo um a um. Faltando poucas voltas, o último representante dos turbos, o então líder Alain Prost, abandonou com o turbo quebrado. De Angelis assumiu a liderança, mas havia dois problemas sérios. O primeiro era que o italiano tinha que guiar pensando em economizar combustível, pois tinha guiado sempre forte durante a prova para ser o melhor dos aspirados. O outro, e talvez o mais perigoso, era a aproximação da Williams de Keke Rosberg. O finlandês estava brigando pelo título daquele ano, mas assim como De Angelis ainda não tinha conquistado sua primeira vitória na F1. No início da última volta finalmente Rosberg se aproximou e com seu estilo agressivo partiu para cima de Elio, que segurava o ímpeto do finlandês com seu talento e sua pilotagem sem erros. Na última curva, Keke tentou a ultrapassagem por dentro, mas perdeu impulso para e reta dos boxes e De Angelis venceu sua primeira corrida na F1 com 0.05s de vantagem para a Williams de Rosberg, numa das chegadas mais apertadas da história da F1.





Essa não era apenas a primeira vitória de Elio de Angelis, como também o primeiro triunfo da Lotus desde 1978. Como sempre, Colin Chapman invadiu a pista de Zeltweg (bem discretamente desta vez, pois podia ser atropelado!!) e jogou seu boné preto para o alto, comemorando como sempre fez numa vitória da Lotus. O que Chapman não sabia era que aquela seria sua última atirada de boné para o ar, pois morreria (?) no final de 1982. Com isso, Peter Warr assumiria as rédeas da equipe e Elio teria a disposição o motor Renault turbo para 1983. Foi um ano duro em que o italiano teve que desenvolver um carro totalmente novo, mas com a chegada de Gérard Ducarouge na metade de 1983, Elio passou a colher alguns frutos no final do ano e no Grande Prêmio da Europa, em Brands Hatch, consegue sua primeira pole. O ano de 1984 começa promissor com De Angelis conquistando a pole logo na primeira etapa, no finado autódromo de Jacarepaguá, mas logo fica claro que a McLaren dominaria o ano com Niki Lauda e Alain Prost. Porém, 1984 foi o ano dos carros ficando sem combustível no final das corridas e Elio de Angelis aproveitou sua tocada tranqüila para conseguir levar seu Lotus ao final de várias corridas, conquistando inúmeros pódios e se tornando o "melhor do resto", terminando o campeonato num excelente terceiro lugar. Esta seria sua melhor temporada!





Elio era o primeiro piloto da Lotus até 1985, quando apareceu na equipe um brasileiro atrevido que tinha impressionado a F1 em 1984. Ayrton Senna foi a sensação de 1984 e logo na sua estréia na F1, o brasileiro levou o regular Toleman-Hart a três pódios e chamou a atenção de todas as equipes grandes. A Lotus fez de tudo para trazer Senna para sua equipe, até mesmo brigou na justiça, e no final de 1984 Senna estava treinando no Lotus de número 12, em substituição a Nigel Mansell, que tinha ido para a Williams. Senna era um verdadeiro assombro em termos de velocidade e logo de cara superou Elio de Angelis nas Classificações, algo que dificilmente acontecia com Mansell. Porém, em ritmo de corrida De Angelis ainda se sobressaía e na terceira etapa, De Angelis consegue sua segunda vitória na F1. Senna tinha acabado de conquistar a primeira vitória de sua carreira em Portugal, com De Angelis andando muito tempo em segundo debaixo de muita chuva e em Ímola, Senna conquistava outra pole e dominou a corrida até a penúltima volta, quando ficou sem combustível. De Angelis, sabendo que também teria problemas com o combustível, diminuí o ritmo e se aloja no quarto lugar, ficando atrás de Prost e Stefan Johansson, que fazia sua segunda corrida na Ferrari. O sueco tinha acabado de assumir a liderança na última volta quando também ficou sem gasolina e Prost assumiu a liderança para receber a bandeirada. De Angelis cruzou 38s atrás do francês e balançando seu carro, já sem gasolina. Após a prova, o carro de Prost estava abaixo do peso mínimo (a McLaren esqueceu de calcular a gasolina...) e De Angelis não apenas ganhava pela segunda vez na carreira, como assumia a liderança do campeonato.





Tudo ia muito bem para De Angelis até então, quando ele partiu para um teste em Paul Ricard em junho de 1985. Ainda líder do campeonato e com o dobro de pontos de Senna, De Angelis fica uma fera quando se vê desamparado pela equipe, que tinha sido conquistada por Senna nos bastidores. "Fui deixado de lado pela Lotus. Houve críticas à minha pilotagem, por eu ser bem mais cauteloso que Senna. Mas o fato é que eu liderava o Mundial, à frente de Prost e Alboreto. O problema foi que, quando cheguei no circuito, só me deixaram dar três voltas. Imagine, no dia em que eu era o líder do campeonato, me deixaram num canto como um novato qualquer", desabafou o piloto no fim daquele ano. Após anos lutando pela Lotus, perdendo até mesmo um tempo precioso de sua carreira para desenvolver os carros da equipe, De Angelis se sentiu traído pela equipe. O italiano aceitou ser segundo piloto de Senna, mas tinha decidido naquele momento que 1985 seria sua última temporada na Lotus. Para aumentar a mágoa de Elio, durante o Grande Prêmio da África do Sul Senna lhe deu algumas fechadas durante uma disputa de posição e por ironia do destino os dois abandonaram com poucas voltas de diferença. Mesmo sendo considerado um dos últimos "gentleman-drivers" da F1, aquilo tinha sido demais para De Angelis e o italiano partiu para cima de Senna quando chegaram aos boxes, com o italiano chegando a dar um empurrão no brasileiro. "Fiquei tão puto que quase quebrei a cara dele depois, nos boxes. Acho que o que aconteceu mostra bem o seu caráter. Ele é uma pessoa estranha, com uma atitude estranha em relação a mim".





No final de 1985 Elio conseguia a vaga na Brabham no lugar de outro desafeto seu: Nelson Piquet. Dizem que Piquet saiu da Brabham por que Bernie Ecclestone tinha se recusado a aumentar seu salário, enquanto Senna ainda fazia das suas na Lotus, vetando Derek Warwick na equipe. De Angelis teria ao seu lado na Brabham o seu amigo Riccardo Patrese e estrearia mais um projeto radical de Gordon Murray: o Brabham BT55. Excessivamente baixo, o carro ganhou o apelido de "skateboard", mas tinha problemas sérios de alimentação e mesmo sendo extremamente rápido nas retas, era um horror fazendo curvas. De Angelis não se adapta ao carro e não larga nenhuma vez entre dez primeiros, só completando a primeira etapa, no Brasil.





Após mais uma corrida desapontadora em Monte Carlo, onde Elio de Angelis tinha largado em último, a Brabham partiu para Paul Ricard para uma sessão de testes, juntamente com outras equipes. Riccardo Patrese era o encarregado de fazer os testes na França, mas De Angelis, insatisfeito com seus resultados, pediu a Brabham para fazer o teste e a equipe aceita o pedido sem problemas. O teste corrida bem até que a asa traseira de Elio quebra na curva Verrerie, a 290 km/h. Ao passar por uma ondulação, o Brabham alçou vôo e começou a capotar, passou por cima de um guard-rail e pousou de cabeça para baixo, rente ao guard-rail. As únicas pessoas que viram o acidente foram dois mecânicos da Benetton, que estavam nas proximidades aferindo a velocidade dos carros. Elio ficou preso dentro do carro e para piorar, o turbo começou a pegar fogo. A primeira pessoa a chegar perto do Brabham foi Alan Jones, que parara seu carro para tentar ajudar. "Não pude fazer nada, eu apenas fiquei balançando as mãos. Foi horrível," lembra o australiano. Logo depois Alain Prost e Nigel Mansell se juntaram a Jones na tentativa de virar o carro, enquanto o incêndio aumentava. O primeiro comissário de pista chegou dez minutos depois, usando uma camiseta e um short e seu despreparo era tão grande que ele jogou todo o pó químico do extintor no cockpit do carro.





Os mecânicos da Brabham, juntamente com Gordon Murray, foram ao local do acidente e por incrível que pareça, o carro estava praticamente intacto e Elio só estavam com uma clavícula quebrada e pequenas queimaduras nas costas. Mas a fumaça que se instalou no cockpit, juntamente com a demora de 30 minutos para se chegar um helicóptero para levar De Angelis ao hospital de Marselha se mostraram fatal. Na noite do acidente de Elio, Syd Watkins foi chamado por um cirurgião no hospital de Marselha e o médico da FIA foi informado que Elio tinha sofrido uma lesão cerebral volumosa e a situação era desesperadora. No dia seguinte, 15 de maio de 1986, Elio de Angelis nos deixou. Foram 108 Grandes Prêmios, duas vitórias, três pole-positions, nove pódios e 122 pontos.





Como resultado da tragédia, a FISA resolveu aumentar a segurança também nos testes particulares e a ironia disso era que Elio não era muito fã destes testes, chegando a declarar que os três dias quem compunham um final de semana de Grande Prêmio bastavam para acertar o carro. Após a morte do seu piloto, Ecclestone contrata Derek Warwick, que também tinha tido problemas com Senna e, dizem, foi o único piloto que não ligou para o chefão da Brabham atrás do cockpit deixado por De Angelis. Elio era bastante atuante na GPDA e durante a famosa greve que se abateu no Grande Prêmio da África do Sul em 1982, Elio de Angelis ficou tocando piano para os demais pilotos num hotel, escondido dos chefões da F1. Elio de Angelis foi a última morte da F1 antes do trágico final de semana em Ímola, oito anos depois. Infelizmente, Elio não pôde continuar sua promissora carreira por mais alguns anos e nos deixou com apenas 28 anos de idade, mas seu capacete branco na Lotus preta continua marcada na memória de todos que amam a F1.


Extra Campeonato:Pilotos de F-1 campeões que ja disputaram a Indy500

Agora resolvi retormar esse blog apos um longo tempo sem ter o que postar.Eis que resolvo voltar em grande estilo: um post especial sobre os pilotos que foram campeões e que disputaram a Indy500.

Começando em grande estilo com Jim Clark:


                                                     Lotus 64 Cosworth - Clark - Indy 500



1967 Eagle Ford - Rindt

Indy - Andretti


Não em um piloto mas o carro vale a pena
Lotus 96-1986


Indy-Andretti


Graham Hill
1968

                                                    Não é um campeão mas vale o registro
                                                        1971 Dennis Hulme Mc Laren M16


1977 Indy: C.Regazzoni


Nigel Mansell (Grã-Bretanha) com Paul Newman e Carl Haas



Newman-Hass

Lola-Ford

1993 Indinapolis 500


Tenho certeza meus caros que existem mais pilotos(ex:Emerson Fittipaldi) mas foram essas as fotos melhores que eu encontrei para ilustrar,caso queiram ajudar de um pulinho nos coments.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Lola T97/30


A história da Lola Cars na F1 foi recheada de sucessos e alguns contratempos. No entanto, existe um carro que irá marcar para sempre o fim desse ciclo e que é considerado por alguns, como o maior desastre da F1. Esse carro é o Lola T97/30 e foi construído pela equipa Mastercard Lola para participar no campeonato de 1997.
A construção desse carro começou em 1994, quando um projeto para um chassi radical foi criado e uma proposta para uma equipa oficial Lola foi lançada, para o campeonato de 1995. Para validação dessas intenções e para não repetir o desastre que tinha sido o Lola T93/30 (utilizado pela equipa BMS Scuderia Italia em 1993), um protótipo, o Lola T95/30, foi construído e testado por Alan McNish. No entanto, visto que os tempos marcados por esse protótipo tinham sido bastante fracos e desanimadores, em conjunto com a falta de fundos para financiamento do projeto, o mesmo foi arquivado.


No entanto, um ano depois (em Novembro de 1996), o projecto foi reativado. Mesmo enfrentando uma patente falta de fundos (devido a vários anos problemáticos na F3000, com a concorrência cada vez mais feroz da Reynard), a Lola decidiu jogar a “cartada final” num financiamento através de um esquema planeado pela Mastercard. Esse plano consistia na criação de um clube Mastercard, ao qual os sócios se associariam e que teriam acesso a diversas regalias relacionadas com a equipe de F1 (Lola F1), sendo que os valores desse esquema rondariam os 35 mil dólares.Além disto, um contrato com a Ford para fornecimento de motores V8 Ford Zetec-R (garantindo unidades que tinham sido utilizadas pela Forti-Corse no ano anterior, mas que eram seguras ao nível da fiabilidade) tinha sido conseguido, juntamente com um contracto com a Bridgstone para fornecimento de pneus.
Inicialmente, este projeto previa apenas a inscrição da equipa no campeonato de 1998, dando assim um espaço bastante alargado para construção e teste dos carros . No entanto, a Mastercard pressionou a Lola para que a equipa entrasse no campeonato de 1997, apressando toda a preparação técnica da equipe. Como resultado, a equipa iniciou a construção do Lola T97/30 a 5 de Novembro, tendo apenas 3 meses para se apresentar no GP da Austrália de 1997, com 2 carros competitivos…nunca tal seria possível, em tão pouco tempo.


Apesar da confiança da equipa e dos seus elementos no sucesso deste projeto, havia alguns fatos que denunciavam algum amadorismo no que se diz o desenvolvimento do carro, tal como o fato de o Lola T97/30 nunca ter sido testado num túnel de vento, por não haver tempo para tal. O Lola T97/30 foi oficialmente lançado a 20 de Fevereiro de 1997 (no Hotel Hilton, em Londres), deixando espaço apenas para um shakedown e pouco mais, antes de ser transportado para a Austrália, para a primeira prova do campeonato. No entanto, mesmo esse shakedown bastou para verificar que o carro estava sub-desenvolvido e era horrivelmente lento em comparação com os seus adversários.

Apesar disso, só após a chegada ao GP da Austrália é que se teve a confirmação da farsa: os carros pouco ou nada tinham evoluído do protótipo T95/30, as caixas de velocidades tinham bastante falhas e a aerodinâmica dos carros estava totalmente errada! Os carros não conseguiam ganhar tração, quer através da mecânica, quer através da aerodinâmica, não conseguindo colocar os pneus na temperatura ideal de funcionamento. Os carros também tinham demasiado arrasto em linha recta, comprometendo a velocidade de ponta, mas ao mesmo tempo, não tinham aderência em curva, comprometendo também a velocidade em curva! Com todas estas falhas fundamentais, o carro tornou-se a piada do paddock…


No primeiro dia de treinos livres (Sexta-Feira), houve problemas para balancear os carros, resultando em tempos de 1m41s, tanto para Vincenzo Sospiri como para Ricardo Rosset (pilotos principais da equipe), apenas 9 segundos mais lentos que o tempo mais rápido. No segundo dia, (Sábado), os carros ainda foram mais lentos, atingindo o 1m44s, 16 segundos mais lentos que o tempo mais rápido…Na qualificação, o tempo dos Lola andou pelo 1m42s, 13 segundos mais lento que o tempo mais rápido de Jacques Villeneuve. Os Lola T97/30 conseguiam ser inclusivé mais lentos que os F3000 mais rápidos do pelotão!

Depois desta performance medíocre, a Lola retornou a Huntington, para se preparar para a próxima corrida, no Brasil. Além disso, novas peças e maiores desenvolvimentos estavam previstos para o futuro, bem como um motor V10, desenhado pela Al Melling e construído pela própria Lola. No entanto, quando a data da 2ª prova chegou, os pilotos (que já tinham viajado para o Brasil) descobriram pelos jornais que o esquema de financiamento tinha fracassado e tinha levado à bancarrota toda a operação. Visto que a Mastercard se recusava a financiar a Lola F1 e as dividas da mesma tinham atingido os 6 milhões de libras, esta foi obrigada a fechar portas e a entregar todo a material.


Posteriormente, a Lola Cars (empresa mãe da Lola F1) passou por tempos bastante complicados, entrando numa espiral descendente, de onde praticamente era impossível sair, até que Martin Birrane salvou a empresa da falência e a reanimou, estando esta presente nos dias de hoje nos Sport-Protótipos, onde tem projectos bastante interessantes e ambiciosos.


No entanto, toda esta operação serve para relembrar que a preparação cuidada é um dos pontos mais importantes da criação de uma nova equipe de F1 e que sem tal, nenhum projecto terá o sucesso devido.

1993- O carro de outro mundo versus o piloto de outro mundo

A temporada de 1993 foi mais competitiva e mais espectacular que se previa. A supremacia Wiliams –Renault não foi tão evidente como se esperava, face à concorrência mais eficaz que na época anterior.


 Na África do Sul, Alain Prost obtinha a sua 45º vitória em GPS. E o novo MP/8 de Ayrton Senna (2º) chegou a liderar durante 23 voltas e o novo recruta da Ligier (JS35), Mark Blundell obteve o seu primeiro pódio.



Estrearam na F1: Michael Andretti, Luca Badoer e Rubens Barrichello. No dilúvio no Brasil, simplesmente Ayrton que deu a 100º vitória à Mclarem e Danon Hill (2º) obtém o seu primeiro pódio na F1.



 Em Donington. Corria-se o GP da Europa, o pódio brasileiro repetia-se e Alain Prost era (3º).Perante mais uma justificação de Alain Prost para a falta de uma vitória, Ayrton apesar da vitória, diria: “Porquê que você não troca de carro comigo”.



Em San Marino, Damon Hill, domina a prova, mas é o seu companheiro da equipa, Alain Prost que chega à vitória “Se o Damon não abandonasse, eu não ganharia, e ele ganhava”. A Ferrari anunciava a contratação de Jean Todt para diretor esportivo para 1994.



No histórico circuito do Mónaco, Alain Prost faz a pole, mas queima a partida e é penalizado (4º). Schumacher lidera parte da prova mas é Ayrton que obtém a sua sexta vitória no circuito monegasco.



Alain Prost vence no Canadá após a 7ª pole consecutiva e Schumacher (2º) satisfeito com a sua prova afirmou “Poder lutar com alguém com ele é bom sinal”. James Hunt, campeão mundial de 1976 e então comentarista da BBC, faleceu dois depois da realização da prova canadense, em virtude de ataque cardíaco em sua casa.



Na França Damon Hill, é vítima da troca de pneus perdendo a liderança para Alan Prost que vence o GP. No GP da Inglaterra, Hill volta a passar pelo comando, mas é Prost que vence de novo e J.Herbert num pouco competitivo Lotus (4º), estava feliz no final da prova “Um dia ainda chego ao pódio”.



Em Hockenheim, a cena habitual, Hill domina e Prost ganha, só que o piloto inglês abandona a duas voltas do fim. E diria que “Isto foi um milhão de vezes pior do que Silvestorne”.Finalmente a vitória mais que justa para Damon Hill no GP da Hungria, Ricardo Patrese (2º) obtêm o melhor resultado de sempre e Gerhard Berger um excelente pódio (3º) após a uma operação ao cotovelo esquerdo.



Em SPA, Damon Hill, vence e convence na comemoração do título da Wiliams, Schumacher obtém um sensacional 2º à frente de Prost e Jonnhy Herbert (5º) que termina nos pontos após um violento acidente que nos treinos afectou o seu companheiro da equipa Alex Zanardi que passou muito perto da tragédia”Tive a sensação que o meu cérebro não estava ligado ao corpo porque não podia mexer braços e pernas”.



 Em Monza a sorte dos pilotos da Wiliams muda, agora é Prost que domina e Hill que obtém a terceira vitória consecutiva e Pedro Lamy após uma semana intensa de negociações estreia-se na F1 e termina o GP em 11º o piloto português diria no final “Ainda é o carro que me leva”.



Ayrton Senna assina contrato com a Wiliams, Frank afirmava: “Sempre quis ter o Ayrton na minha equipa porque ele é um extraordinário campeão. Falamos disso há dez anos” O norte americano, Michael Andretti sobe ao pódio (3º) no melhor resultado da época.



No Estoril, Michael Schumacher é o vencedor numa prova em que Jean Alesi domina a parte inicial, Alan Prost é 2º e anuncia a retirada da F1.


O piloto francês estava encantado com o comportamento do Ferrari : “Nem podia acreditar. Era bom demais. Depois de tanto tempo era quase irreal”. E Michael Andretti anunciava alguns dias depois o regresso à Cart após uma passagem discreta pela F1.



Ayrton Senna, vence no Japão perante um dilúvio que se abateu sobre a pista demonstrando que continuava imbatível nessas condições. Mika Hakkinen (3º) obtém o seu primeiro pódio na segunda corrida ao serviço da Mclarem. A Jordan obtém os primeiros pontos do campeonato: Ruben Barrichello (5º) e Eddie Irvine(6º). Ayrton Senna termina o ano como começou ganhando no GP. Da Austrália.





 Mundial de Pilotos:

1º A.Prost (F) 99;
2ºA.Senna (BR) 73;
3ºD.Hill (GB) 69;
4ºM.Schumacher (D) 52 ;
5ºR.Patrese (I) 20;
6ºJ.Alesi (F) 16;
7ºM.Brundle (GB) 13;
8ºG.Berger(AUS) 12;
9ºJ.Herbert (GB) 11;
10ºM.Blundell (GB) 10;
11ºM.Andretti (USA) 7;
12ºK.Wendlinger (AUS) 7;
13ºC.Fitipaldi (BR) 5;
14ºJ.J.Letho (SF) 5;
15ºD.Warwick (GB) 4;
16ºM.Hakkinen (SF 4);
17ºF.Barbazza (I) 2;
18ºR.Barrichello (BR) 2;
19ºP.Alliot (F) 2;
20ºE.Irvine (GB) 2;
21ºA.Zanardi (I) 2;
 22ºE.Comas (F) 1.

Mundial de Construtores:

1ºWiliams 168;
2ºMclarem 84;
3ºBenetton 72;
4ºFerrari 28;
5ºLigier 23;
6ºLotus 13;
7ºSauber 12;
8ºMinardi 5 ;
9ºFootwork 4;
10ºLaurosse 3
 11ºJordan 3

terça-feira, 20 de abril de 2010

Sugestão de Filme pro Feriadão-Alta Velocidade

Esse filme foi um grande marco da minha infancia, inicio da adolescencia... pois ele foi um dos estimuladores para que eu me interessa-sse por corridas... pelo mundo a motor.Espero que todos vocês gostem... entao chega de lenga lenga e vamos ao filme:


ALTA VELOCIDADE



(Driven, 2001)



No competitivo circuito da Fórmula CART, Jimmy Bly (Kip Pardue) é um talento nato, mas também um jovem temperamental. Ele começa a cair no ranking atormentado pela pressão de seu empresário e irmão, o ambicioso DeMille (Robert Sean Leonard). Ele também leva a competição para fora das pistas, disputando a namorada com seu rival, o frio e agressivo Beau Brandenburg (Til Schweiger). Carl Henry (Burt Reynolds), o dono da equipe de Bly, já viu este filme antes. Por isto ele manda chamar Joe Tanto (Sylvester Stallone), um velho campeão para treinar e aconselhar sua jovem estrela. Joe deixou as pistas após um acidente quase mortal, e ainda tem muitas contas para acertar com velhos colegas. Assim como Jimmy, ele também misturou amor e trabalho. Sua ex-mulher Cathy (Gina Gershon), que o abandonou durante o declínio, vive agora com o inimigo: o piloto Memo Moreno (Cristián de La Fuente).
CURIOSIDADES



A equipe de Alta Velocidade contou com a ajuda de diversos pilotos de várias categorias do automobilismo, incluindo os campeões de Fórmula 1 Mika Hakkinen e Jacques Villeneuve e pilotos de Fórumla Indy e CART, como Paul Tracy, Christian Fittipaldi e Maurício Gugelmin. Gugelmin foi o dublê de Stallone nas pistas.






FICHA TÉCNICA


Diretor: Renny Harlin


Elenco: Sylvester Stallone, Burt Reynolds, Kip Pardue, Stacy Edwards, Til Schweiger, Gina Gershon, Estella Warren, Robert Sean Leonard, Christián de la Fuente.


Produção: Renny Harlin, Elie Samaha, Sylvester Stallone


Roteiro: Sylvester Stallone, Jan Skrentny, Neal Tabachnick


Fotografia: Mauro Fiore


Trilha Sonora: BT


Duração: 117 min.


Ano: 2001


País: Canadá / EUA


Gênero: Ação


Cor: Colorido


Distribuidora: Não definida


Classificação: 12 anos
 
 
Trailler:
 

 
 
Passeio em Los Angeles(Melhor Parte do Filme):
 

 
Então meus caros com esse aperitivo então divirtam-se e até quinta-feira...
 
 

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Biografia Mika Hakkinen

Mika Pauli Hakkinen foi um excelente piloto, e um dos poucos que realmente rivalizaram com Michael Schumacher. Nascido em Helsink, Finlândia, em 28 de setembro de 1968, começou a correr desde cedo. Com 5 anos, Hakkinen começa no kart. Dois anos depois, em 1975, Hakkinen ganha sua primeira corrida, no kartódromo de Keimola, perto de onde seu pai trabalhava.




Em 1978, os esforços de Hakkinen são recompensados e ele ganha o seu primeiro campeonato de kart. A partir daí, os títulos começam a aparecer. Hakkinen é campeão regional em 1979, campeão de kart Mini em 1981, vencedor do Troféu Memorial Ronnie Peterson em 1982, tetracampeão finlandês de kart (1983-1986) e ainda conquista a Tríplice Coroa na Fórmula Ford em 1987 (campeão finlandês, sueco e nórdico). Em 1990, Hakkinen conquista a Fórmula 3 inglesa, com um Ralt-Mugen. Na última corrida da temporada, o sempre festejado GP de Macau, Hakkinen tem uma disputa bonita com Michael Schumacher. Nas últimas voltas, Hakkinen é mais rápido. Numa reta, Hakkinen tira o carro para fazer a ultrapassagem, e Schumacher o fecha. É a primeira disputa entre ambos, e Hakkinen perde essa, batendo o carro na lateral da pista. Mal sabiam o que viria pela frente......
 

Surpreendentemente, Hakkinen não vai para a Fórmula 3000 em 1991. Ele tem uma proposta melhor: A Lotus estava sem dinheiro, e urgentemente precisando de um piloto rápido e promissor, e que trouxesse algum dinheiro para a equipe. Hakkinen foi chamado. Logo na primeira corrida, nos EUA, Hakkinen consegue a 13º posição no grid, enquanto seu companheiro de equipe, Julian Baley, nem se classifica. A corrida acaba na 59º volta, quando o motor Judd estoura. Em Ímola, saindo da 25º posição do grid, Hakkinen faz uma corrida segura, sem erros, se aproveita dos muitos abandonos e consegue a quinta posição final, sendo esses seus primeiros 2 pontos na F1. No resto da temporada, Hakkinen pouco tem a fazer, já que o Lotus 102B é ruim e o motor Judd é fraco e frágil. Apesar disso, Hakkinen supera com larga vantagem seus 3 companheiros de equipe (Julian Baley, Johnny Herbert e Michael Bartels).



Em 1992, a Lotus troca o motor Judd pelo motor Ford Cosworth. Apesar de não ser um super motor, é confiável e rápido, e o 102D e o 107 são bons. A equipe consegue andar muito bem nesse ano para o que tinha em mãos em termos de dinheiro. Hakkinen é quarto na França e na Hungria. Além disso, consegue um quinto lugar e 3 sextos, conseguindo marcar 11 pontos e terminar num belíssimo oitavo lugar final. Esse desempenho chama a atenção de Ron Dennis, que lhe oferece um contrato de piloto de testes na Mclaren em 1993. Parecia afundar a carreira, mas não é. Hakkinen surpreende nos testes pela Mclaren, e após o GP da Itália, Michael Andretti é demitido. Hakkinen é efetivado como segundo piloto da Mclaren. Logo de cara, se classifica a frente de Senna no GP de Portugal. Mas sua corrida acaba na 32º volta, após um acidente. 2 semanas depois, o primeiro pódio, com um bonito 3º lugar no GP do Japão. Na Austrália, novo abandono. No final, 4 pontos e uma 15º posição no campeonato.




Em 1994, Senna vai para a Williams e Hakkinen é efetivado como primeiro piloto da Mclaren. O MP4/9 é um chassi bom (basicamente o MP4/8 aperfeiçoado e com motor Peugeot), o motor Peugeot é potente, mas extremamente frágil. Seu novo companheiro de equipe é Martin Brundle. Hakkinen consegue boas posições de largada, mas não consegue manter o ritmo na corrida para o motor não estourar. No GP de San Marino, Hakkinen consegue os primeiros pontos da temporada, com o terceiro lugar e 4 pontos. Chega a brigar com Damon Hill pela vitória na Espanha, mas o motor Peugeot quebra antes do final. Hakkinen consegue 4 terceiros lugares (na verdade 3, pois Schumacher foi desclassificado na Bélgica e Hakkinen herdou o segundo lugar de Hill). Gera um acidente múltiplo na Alemanha, envolvendo 10 carros, e não corre na Hungria, sendo substituído por Philippe Alliot. No final da temporada, Hakkinen marca 26 pontos e é quarto, atrás apenas de Schumacher, Hill e Berger e a frente de Alesi, Barrichello e Brundle.


Em 1995, a Mclaren troca os frágeis Peugeot pelos promissores motores Mercedes. Era o início de uma parceria de sucesso. Se bem que essa temporada foi frustante. O novo MP4/10 é ruim. É um carro feio e ruim. Além disso, o motor Mercedes não é potente. Hakkinen só sobe ao pódio em duas corridas, em Monza e Suzuka, debaixo de chuva. Em vez de lutar contra Williams, Ferrari e Benneton, Hakkinen só consegue lutar contra as Jordan e Ligier. No final da temporada, apenas 17 pontos e a sétima posição. Mas o pior veio:




Hakkinen queria encerrar a temporada por cima. Para isso, resolveu se arriscar e andar com pouquíssima asa em Adelaide, nos treinos. Hakkinen vinha em uma volta suicida, travando pneus, quando na curva de entrada da reta, Brabham, um pneu estoura. A Mclaren vai praticamente sem perder velocidade contra os pneus da curva. Hakkinen sofre uma pancada fortíssima na cabeça, inclusive mordendo a língua (ele perdeu um pedaço da língua), ficando em coma por 2 dias. Se não fosse a rápida intervenção dos médicos de plantão, que fizeram uma traqueostomia, possivelmente Hakkinen teria morrido.
Surpresa tremenda foi ver Mika confirmado para a temporada 1996 da Mclaren e participando ativamente dos testes pré-temporada. Mika tem uma novidade boa nessa temporada: A chegada de David Coulthard, vindo da Williams. Os dois viriam a fazer uma grande dupla a partir daí, correndo por 6 temporadas na Mclaren.




O MP4/11 é um carro um pouco melhor que o MP4/10. Hakkinen consegue terminar corridas com frequência, consegue 3 pódios, mas a temporada ainda é frustante comparada com 1994. Hakkinen consegue pontuar constantemente, inclusive pontua 5 vezes seguidas na fase européia, entre Mônaco e Inglaterra. No final do ano, 31 pontos, conseguindo uma pontuação melhor que os 17 pontos de 1995. É quinto colocado no campeonato.



Em 1997, a Mclaren dá um tremendo salto. Hakkinen parece mais motivado e feliz nessa temporada em comparação com os difíceis tempos de 1994-1996. A Mclaren é rápida e o motor Mercedes é muito potente. Só que o carro não é muito confiável. Hakkinen consegue um pódio logo em Merlborne, corrida essa em que seu companheiro Coulthard venceu. Logo em seguida, Hakkinen consegue um quarto lugar no Brasil, um quinto na Argentina e um sexto em San Marino. Só que fica 5 corridas sem pontuar, enfrentando seguidos problemas. Na segunda metade do ano, Hakkinen melhora. No GP de Luxemburgo, disputado em Nurburgring, Hakkinen consegue sua primeira pole, após 94 corridas! Mika é o terceiro piloto que mais demorou para fazer uma pole na F1. Hakkinen sai bem e lidera a corrida até a volta 43, quando o motor Mercedes quebra. Muitos começaram a questionar o desempenho do finlandês, já que David Coulthard estava a frente no campeonato (nesse GP, estava 30 x 14 para o escocês), mas Hakkinen daria a resposta na pista. O melhor estava por vir, no GP da Europa.



Antes da corrida, foi costurado um acordo secreto entre Mclaren e Williams. A Mclaren ajudaria Jacques Villeneuve a ser campeão, atrapalhando Michael Schumacher o quanto fosse necessário. E a partir daí, um grande resultado foi se costurando para Hakkinen.




Mika consegue a quinta posição no grid, 3 décimos atrás do pole, Jacques Villeneuve. Na corrida, Mika pula para a quarta posição, ultrapassando Damon Hill. Mika anda em quarto até a volta 48, quando Frentzen, com problemas, se atrasa e cai para a sexta posição. Nesse momento da corrida, Schumacher já tinha abandonado após colidir com Villeneuve. Mika é terceiro, atrás de Coulthard. De repente, Villeneuve começa a diminuir o ritmo, andando bem lentamente. Alguns chegam a pensar que o canadense está com problemas, após o acidente com Schumacher. Na volta 66, uma ordem chega aos ouvidos de Coulthard: "Se não deixar Mika passar, está na rua."

Com isso, Mika pula para a segunda posição. Na última volta, surpresa maior, Villeneuve deixa Hakkinen e Coulthard passarem. Mika não acredita quando cruza a linha de chegada na volta 70: Ele venceu uma corrida! Após muito sofrimento com carros ruins, falta de esperança em 96 corridas, Mika venceu! Parecia inacreditável, mas não era. Aquela foi a última vitória da Goodyear com a Mclaren, a última corrida e a última vitória de um carro com pneu slick na F1. Mika venceu simplesmente um dos maiores GP's dos anos 90.



Em 1998, a Williams perdeu a Renault e todos davam como certo um passeio de Ferrari de Michael Schumacher. Mas logo nos treinos do GP da Austrália, uma tremenda surpresa. Mika e a Mclaren dominam os treinos livres e a corrida, e Mika vence com folgas o GP da Austrália. Uma pequena confusão novamente com Coulthard aconteceu: A Mclaren se enrolou com o segundo pitstop de Mika e ele voltou atrás de Coulthard, que foi obrigado a deixá-lo passar. Finalmente a Mclaren-Mercedes tinha um conjunto ao talento de Hakkinen. No GP do Brasil, Mika vence novamente em 1998. No GP da Argentina, Michael Schumacher, tirando tudo o que pode da Ferrari F300 e com uma pilotagem perfeita deixa Mika em segundo. Outro fator prejudicou a Mclaren e Mika: A proibição do sistema de freios para as curvas fechadas, que faria o carro sair de traseira e entrar mais rápido nessas curvas. Isso tirou um pouco do desempenho do carro, mas nada excepcional. Mika abandona em San Marino com problemas de câmbio, vence na Espanha e em Mônaco. Nesse momento, Mika tem folgados 46 pontos, contra 29 de Coulthard e 24 de Schumacher. Mika abandona na primeira volta no Canadá com uma nova quebra de câmbio. É terceiro na França, chegando colado em Eddie Irvine (Mika fez um belíssimo contorno da última chicane na última volta tentando passar Irvine, colocando o carro de lado), é segundo na Inglaterra, volta a vencer na Áustria e consegue vencer no GP da Alemanha, terra de seu rival Schumacher. Mika estava ficando cada vez próximo de seu primeiro título. No GP da Hungria, Mika tem muitos problemas durante a corrida, e termina somente em sexto, sua pior posição final na temporada de 1998.


No GP da Bélgica, Mika conseguiu escapar da hecatombe do começo do GP, em que 14 carros bateram. A largada foi anulada, e na segunda largada, Mika pula bem, mas roda quando é tocado por Schumacher na reaceleração da La Source, e dá o azar de ser atingido por Johnny Herbert, abandonando a corrida logo de cara. Mas, devido a um suposto jogo de equipe da Mclaren, Schumacher atinge Coulthard e abandona o GP da Bélgica enquanto liderava. Nessa altura, o campeonato está 77 x 70 para Mika. Schumacher se aproxima e o risco de perder o título era grande, já que o alemão estava voando naquela temporada. No GP da Itália, Mika vinha bem na corrida, quando tem problemas de freio e roda em uma das chicanes da pista de Monza, para delírio da fanática torcida italiana. Nesse momento do campeonato, antes do GP de Luxemburgo, Mika está empatado com Schumacher, com 80 pontos. As duas corridas finais iriam decidir o campeão de 1998 e a pressão sobre Mika está enorme. Logo no sábado, Schumacher faz a pole, e Mika é o terceiro no grid. Na corrida, Mika é mais rápido, a Mclaren consegue ir muito bem na estratégia dos pits e Mika vence, com Schumacher em segundo. Agora é a decisão do campeonato, o momento crucial. A semana antes do GP de Suzuka é complicada pela pressão e o assédio da mídia sobre Mika. O campeonato está 90 x 86 para ele. Bastava Schumacher ser quarto ou menos para ser campeão. Não havia a obrigação de vencer.


A corrida já começa com uma excelente vantagem para Mika: Schumacher tem problemas no carro e larga em último. Mika pula na frente e abre vantagem. Schumacher vem enlouquecido, praticamente endemoniado, estava em terceiro, mas na volta 31, o pneu traseiro direito da Ferrari estoura, para delírio da Mclaren. O sonho de Mika se realizou, ele é campeão do mundo. Agora era somente levar o carro para os boxes, com cuidado. Mika vence a corrida e termina o campeonato com 100 pontos, contra 86 de Schumacher. Ele era o novo campeão do mundo.




Em 1999, a Ferrari está mais forte contra Mika, e a Mclaren não se mostra tão confiável quanto em 1998. Quebra na Austrália, mas Mika consegue vitórias difíceis em Interlagos, Barcelona e Montreal. Mas no GP da Inglaterra, o golpe de sorte que parecia consumar ali o campeão de 1999: Schumacher bate na primeira volta contra os pneus e quebra a perna direita. Esperava-se a partir dali um passeio de Mika Hakkinen ao longo do resto de ano, principalmente porque se achava que Eddie Irvine não conseguiria liderar a Ferrari contra Hakkinen. Mika tem uma segunda metade terrível de campeonato: Na Áustria, David Coulthard bate nele e o faz cair para último na primeira volta, mas Mika tem uma recuperação espetacular e termina em terceiro, atrás de Irvine, o novo primeiro piloto da Ferrari, e Coulthard. Na Alemanha, Mika vinha liderando quando na 25º volta o pneu traseiro da Mclaren estoura e Mika é obrigado a abandonar. Irvine assume a liderança do campeonato, com 52 pontos contra 44 de Hakkinen. É urgente uma reação e Mika faz o possível para isso. A concorrência não era só contra Irvine: David Coulthard também "roubava" preciosos pontos de Mika.

Na Hungria, Mika se aproveita do desempenho terrível da Ferrari durante o final de semana da corrida e vence, com Coulthard em segundo. No GP da Bélgica, Mika é segundo, atrás de Coulthard. Mika reassume a liderança do certame, com 60 pontos contra 59 de Irvine. A disputa é feroz. Na Itália, Mika vinha liderando traquilamente quando por um erro próprio, engata a primeira marcha por engano e roda, para delírio dos Tifosi. Mika abandona, mas Irvine faz apenas 1 ponto, empatando o campeonato. No confuso GP da Europa, Mika é quinto e vira líder isolado do Mundial, com 62 pontos contra 60 de Irvine. No GP da Malásia, a Ferrari é reforçada com a volta de Michael Schumacher. Achava que a Ferrari daria as regalias necessárias para Schumacher, mas ledo engano: O alemão se torna segundo piloto nessas duas últimas etapas de 1999. Irvine vence o GP da Malásia, após Schumacher brincar de gato e rato com Mika, deixando-o passar e depois retomando a posição. Para a etapa final do campeonato, a situação é complicada para Mika: O campeonato está 70 x 66 para Irvine e era preciso ser no mínimo terceiro ser campeão. Mika larga espetacularmente em Suzuka, e Irvine está apagado. Mika vence e é bicampeão do mundo. Era quase inacreditável para ele.



Em 2000, a Mclaren continua forte, mas Michael Schumacher e a Ferrari vêm como rolo compressor, com Schumacher vencendo 5 dos 8 primeiros GP's. Para Mika, resta apenas tentar ser segundo e contar com problemas do piloto alemão. Mika abandona as duas primeiras corridas, na Austrália e Brasil, e em ambas as corridas com problemas de motor. O outrora potente e confiável motor Mercedes do bicampeonato voltou a ser o motor dos problemas de 1995-1997. Além disso, Coulthard foi colocado como primeiro piloto da equipe no início do ano, já que Ron Dennis queria fazê-lo campeão. Então, Mika está em segundo plano e com um carro pior que a Ferrari em 2000. Mika parece um pouco desmotivado, principalmente depois do nascimento de seu filho. Erja, sua esposa, já começava a pressioná-lo para se aposentar.




Mesmo assim, Mika vence na Espanha e pontua seguidas vezes durante o ano, conseguindo somar alguns pontos nas corridas em que Schumacher abandonava. Mas Coulthard o tirava alguns pontos preciosos na briga contra Schumacher. Mika vence na Áustria e na Hungria, além da magnífica vitória na Bélgica, fazendo uma ultrapassagem antológica em Michael Schumacher. Mas, Mika tem que se contentar com o vice-campeonato desta vez. Mika faz 89 pontos, contra 108 de Schumacher.



Em 2001, uma frustante temporada. A Mclaren está muito atrás da Ferrari, no mesmo patamar da Williams, e é muito frágil. Mika perde de forma triste o GP da Espanha, quebrando na última volta, após liderar a corrida inteira. Mika está muito desmotivado nesse ano, muito abatido (segundo algumas pessoas, Mika estava tendo problemas com álcool). Mesmo assim, ainda vence duas corridas, na Inglaterra e nos EUA, sua última vitória na F1. Mika se aposenta após o GP do Japão de 2001, corrida onde foi o quarto. No final do ano, apenas a quinta posição, com 37 pontos.



Hakkinen decide tranformar 2002 em em ano sabático, de férias. Em 2003, Hakkinen corre alguns rallyes amadores na Escandinávia. Em 2004, muitos boatos davam como certa a volta dele para a F1, ao volante da BAR ou da Williams, e alguns boatos o ligavam até mesmo a Mclaren. Ele faz testes com o Mercedes Classe C do DTM, e decide correr a temporada 2005 dessa categoria pela Mercedes. Ele ganhou sua terceira corrida, em Spa, mas não conseguiu vencer no resto do ano. Em 2006, é sexto no campeonato, e em 2007, sua última temporada, vence em Lausitzring e Mugello. Em 2006 ainda, fez alguns testes com o MP4/21, o carro da Mclaren da temporada.


Após essa temporada, Mika Hakkinen anuncia sua aposentadoria do DTM, aos 39 anos.




Dados de sua carreira na F1:



161 corridas

20 vitórias

26 poles

25 voltas mais rápidas

51 pódios

420 pontos

2 equipes: Lotus e Mclaren

11 temporadas

Bicampeão do mundo e vice-campeão uma vez.